Final de expediente, sol já se foi embora, friozinho de inverno gaúcho, e eu esperando minha carona para o sagrado futebolzinho de quarta-feira. Na guarita da empresa em que trabalho, converso com o segurança.
Eis que surge um homem perguntando se a gente tinha visto alguém tocar a campainha da casa dele, que fica quase em frente da onde estávamos. Distraídos pela conversa, dissemos que não! Quando o segurança solta a seguinte frase: "- Se ele for sair pra rua toda a vez que tocarem a campainha da casa dele, ele não vai mais dormir a noite!". Rindo, mas sem entender muito bem, perguntei "- Por quê?", e ele respondeu: "- Ah, vai dizer que você nunca tocou a campainha do vizinho e saiu correndo quando era piá?!".
Naquele momento, fiquei dividido entre a risada e o peso na consciência. Por quê? Simplesmente por que a minha resposta foi: "- Sim!"
Tá certo que fazer isso não é nenhum crime horroroso que mereça pena de morte, mas fiquei pensando no quão chato e inconveniente eu já fui, fazendo isso. Aliás, eu, meus amigos, e mais de um milhão de pessoas que assumem isso na comunidade do Orkut "Tocava a campainha e corria".
Mas o mesmo segurança falou algo que amenizou o meu sentimento de inconveniência: "Pelo menos era uma molecagem leve, se assim podemos defini-la, perto das de hoje em dia. Os piás da minha rua atiram tijolos nas casas, quando não estão com uma arma na mão."
Minha carona chegou. "- Valeu, segurança! Até amanhã!", disse a ele. Agradeci pelo papo, e pela última frase, pois sem ela, ia ser difícil jogar o meu futebol.
2 comentários:
Cara, que loucura né. O tempo passa e essas brincadeiras estão se perdendo no mundo de hoje.
Saudade do tempo em que as tarde eram reservadas para me divertir...
Abraço!!!
É verdade. Tempos de "pé na bola", "três dentro, três fora"... e tantas outras!
RECORDAR É VIVER !!!
Obrigado pela visita, Luzzi!
Postar um comentário