domingo, 7 de março de 2010

Uma pausa na Argentina...

... para falar do Brasil. O varejo portoalegrense, mais precisamente.

Estava precisando de um monitor lcd usado para um computador. Fui até uma loja de eletrônicos usados e encontrei uma boa variedade deles. Todos pelo mesmo valor: R$ 230,00.

Um cartaz divulgava a facilidade de pagamento em até 6 vezes sem juros no cartão. O vendedor confirmou a condição. Escolhido o modelo, me dirigi ao caixa.

Ao passar o cartão (em 6 vezes), deu limite excedido. Voltei para casa e percebi que faltavam alguns reais para a solução, e então retornei para a loja com R$ 50,00 em dinheiro com o intuito de parcelar o restante (R$ 180,00) em 6 vezes.

Quando fui efetuar novamente o pagamento, tive uma surpresa. Outro vendedor (o gerente) disse que não seria possível parcelar em 6 vezes, alegando que o valor era promocional para pagamento à vista, e que seu funcionário teria dado uma informação equivocada. Entendi que ficaria complicado, e então sugeri 3 vezes (a metade). Nada feito. "Sei que posso perder a venda, mas só posso fazer em duas vezes", disse. Fui embora.

Como estava precisando bastante, voltei para fechar o negócio em duas vezes. Mais uma surpresa: o monitor aumentou! Foi para R$ 250,00. Lembrei o vendedor que eu tinha vindo DOIS dias antes e perguntei se não fazia pelo mesmo valor. Negócio não-fechado.

Agradeci e saí. Fui até o hipermercado Carrefour e encontrei o mesmo monitor, porém NOVO, por R$ 299,00, podendo ser parcelado em até 10 VEZES, com o dobro da garantia oferecida pela loja de usados. Negócio fechado.

Conclusão: comprei um produto novo com o dobro de garantia em 10 vezes sem juros por R$ 50,00 a mais. Isso mostra a superioridade das grandes empresas. As micros e pequenas reclamam, mas vão perder sempre. O cara perdeu a venda por UMA vez a mais no CARTÃO DE CRÉDITO, que praticamente não possui risco de inadimplência. Se fosse cheque, tudo bem.

Vai continuar com um monte de monitor encalhado, enquanto o Carrefour segue ganhando dinheiro...


Bom início de semana!

Um comentário:

Rodrigo disse...

Pois é!

Isso me lembra um pouco o que soube (não prestava atenção devido minha idade na época)sobre a inflação, onde um litro de leite era um preço de manhã e de tarde era outro, maior!

Está certo que pequenas empresas não tem porte para suportar possiveis (e bastante presentes) calotes, mas no cartão de crédito, onde eu sei, quem sofre é o banco emissor, e não a loja que foi utilizada o cartão. Mas enfim, perderam cliente e venda$!

Um abraço!